November 8, 2024

E a tal Desvalorização do Mercado ABAP, heim?

Olá caro colega meio verde que anda cambaleando e tem um vocabulário monossilábico (ããããããhhhhhhh). Hoje eu acordei inspirado por uma discussão numa lista de ABAP (abap-4@yahoogupos.com) sobre a tal “Desvalorização do Mercado ABAP”. Sério mesmo que estamos passando por um corte de salários? A nossa área está cada vez mais desvalorizada? As taxas estão baixando? Meu salário vai ser reduzido?

Até o Darth Vader tem medo da Desvalorização ABAP

Minha resposta ficou grande demais, e achei que fazia mais sentido postar aqui no blog, já que eu conheço muita gente que não segue as listas . E este tema também caiu de encontro com um outro post que eu postei aqui no site e até no SDN.

Mas e aí? A coisa está feia mesmo?

Primeiramente, preciso dizer que eu gosto muito desse tipo de discussão sobre a situação do mercado e todos que interagem com ele. Por conta do meu trabalho de quase 2 anos no site, tive contato com MUITOS profissionais ABAPs e Funcionais, desde quem nem começou a aprender ABAP até programadores de mais de 10 anos, inclusive SAP Mentors. Então, acho que eu posso compartilhar um pouco das minhas opiniões sobre “essa tal desvalorização”.

Nosso mercado de TI é muito cruel… não existem limites definidos para a “Senioridade”, e isso prejudica todo mundo. O que é um Sênior? O que é um pleno? Quanto vale o meu trabalho? São perguntas sem uma resposta definida. E para o Mercado, não é interessante achar uma resposta para essas perguntas: o negócio é enquadrar o profissional numa categoria, para poder cobrar os valores correspondentes do cliente.

Mas vamos pensar por outro lado: se vocês considerarem o Brasil inteiro, estamos falando de uma taxa média de 60~70 reais para um profissional que trabalha há cerca de 5 anos com ABAP, e tem entre 25~ 30 anos. Acho que 0,5% da população se enquadra neste cenário, e olha lá. Não estou falando que estamos errados em receber esse valor, afinal, todos nós(ou quase todos) demos duro para chegar onde estamos.

Porém, infelizmente, muitos ABAPs reclamões que conheci, reclamam de barriga cheia. Se quiser, pode me xingar neste exato momento, mas só se você continuar lendo 🙂

Há algum tempo atrás eu escrevi um artigo extenso falando sobre uma tal de “Onda do Despreparo”, e como ela atinge a galera da nossa área sem que eles percebam. Eu acredito, de verdade, em tudo que escrevi ali. Porque aprender algo novo se existem “tantos profissionais toscos”, e, com o pouco que eu sei, consigo ser bem remunerado? MVC? OO? Design Patterns? TDD? Saber quem é Thomas Jung(tá tá acho que essa é só pra mim, pq eu pago pau pro trabalho do cara)? Pra que aprender essas coisas, se com o meu START-OF-SELECTION, FORM BUSCA_DADOS, FORM FORMATA_DADOS e FORM MOSTRA_RELATÓRIO eu consigo ganhar 45/h ?

Veja bem, eu acho justo que cada um ganhe pelo conhecimento que tem. Mas parte da galera que reclama que está ganhando “5 reais a menos na taxa”, é também bancada pelo Mercado que ele critica, porque o Mercado supervaloriza o pouco conhecimento. Ou vai dizer que vocês nunca trabalharam com um “sênior” que demora 5 semanas pra fazer um relatório MARA/MARC/MARD -> ALV Grid? Ou aquele cara que diz que é o “pica das galáxias”, mas pratica POG e POF livremente, com estruturas de 1910?

Só para terminar, deixo a minha visão sobre essa tal desvalorização: A melhor forma de você se manter valorizado, é estudar, aprender, correr atrás e nunca se acomodar. Dessa forma o mercado terá que pagar o seu valor, ao invés de você ter que se ajustar ao valor do mercado. Parece impossível? Não é! O mundo carece de bons profissionais, acredite!

Eu escuto que a taxa dos ABAPers está baixando desde 2006, quando comecei. Pessoas antigas dizem que sempre existiu essa tipo de reclamação. Então, me digam: qual é a mágica das pessoas que se mantém há tanto tempo no mercado, ganhando muito bem e muito contentes com seus empregos?  🙂

E você, o que acha disso tudo? Também acha que não vai dar mais para comer no Outback no fim do mês? Compartilhe seus pensamentos nos comentários, vamos discutir!

Abraços a todos aqueles que já ouviram dizer que seu site vai baixar a taxa do mercado! (e é sério isso aqui).

Mauricio Cruz

Pasteleiro há 15+ anos e criou o ABAPZombie junto com o Mauro em 2010. Gosta de filosofar sobre fundamentos básicos da programação e assuntos polêmicos. Não trabalha mais com SAP, mas ainda escreve sobre programação e faz vídeos de vez em quando.

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39 thoughts on “E a tal Desvalorização do Mercado ABAP, heim?

  1. Concordo com o que diz ae! Entrei em um novo projeto, e eu perguntei : “Usam classe?”, o Gestor comentou que não porque é muito difícil conseguir mão-de-obra (ainda) para trabalhar especificamente com OO.
    Não acho que ganho pouco, estou na média, mas também conheço gente sem noção, que quer ganhar quase o mesmo que um Gerente de Projeto, sendo “ABAP Puro”…digo Abap puro, pois hj temos várias outras terminações que podem dar um up bom no valor hora. Quem mexe com workflow, Webdynpro, XI/PI, HR, sabe do que to falando. Para querer ganhar mais é buscar o diferencial.
    Vejo também anúncios de consultorias querendo ABAP com webdynpro, GRC e afins, pela mesma taxa hora do “ABAP café com leite”…ora, se admitirmos que o webdynpro será o minimo, então estaremos desvalorizando por tabela o ABAP “café com leite” e também desvalorizando o webdynpro em um efeito cascata desastroso.
    SAP é networking. E ganha mais quem faz uma boa negociação na contratação. Conheço Abaps que são supervalorizados e conheço abaps que são subvalorizados (sim, existem! Trabalham como especialistas, fazem vezes de funcionais, dão treinamento, e ganham como jr/pleninho)
    E outra…é natural até o Funcional ganhar um pouco mais, não adianta chorar…se quiser ganhar igual ou mais, vire um especialista!
    A demanda salarial depende muito do mercado internacional, vide a crise de 2008/2009 que congelou diversos projetos e fez Abap senior trabalhar por 20,00 a hora pra não ficar parado! Se bomba projeto, a taxa aumenta, tem menos concorrência por vaga. Lei básica da oferta/procura!!

  2. Exato Mauricio.

    Esse comentário vai existir sempre, e não sei que mundo ABAP é esse, estude e peça o seu valor, O SEU, não pense “aaa, vou pedir 150/h poque eu sei x coisas e fulano ganha 90/h e não sabe”. Peça o seu valor.

    Estude sempre, acredite falta bons profissionais.

    Ainda existe muita gente que se contenta em ir pro projeto, fazer meia duzia de perform cheio de select dentro de loop, pedir taxa alta e reclamar do mercado.

    O mercado ta cheio de oportunidades para quem quer sair do “cafe com leite”.

    Ainda tem gente que diz “poooo vem esses kras do abapzombie, abap101 e etc.. e acaba com a nossa taxa” o pior é que tem, porque recebemos e-mails assim.

    Se todo o seu conhecimento pode ser comparado com posts de blogs, amigo, faça um vírus bom e derrube o SDN.

    Abraços a todos aqueles que diminuíram a taxa em 5/h por causa do SDN.

    1. Hauehaoauheouaheoahe a parte do vírus foi a melhor. Mas acho que o jeito mais fácil seria ele pedir para desligarem a internet mesmo 🙂

      Parte dessa reclamação toda é aquele “modus operandi” de reclamar para tentar provar que sabe das coisas. Eu e você já trabalhamos com pessoas assim, e é uma situação de fato irritante.

      É nóis comendo tacos e carnes temperadas daqui a exatas 9 horas, abraços.

  3. Cara que reclama do site de vc´s é no minimo lesado…até parece que tal consultor não usa o google pra tirar dúvida “ah, já existe uma função que faz isso que eu preciso…qual é mesmo? Ah, vou googlear!”
    Teoricamente, teria que ter todo o conhecimento na cabeça, e/ou anotado em seu bloco de notas ultra-secreto e nunca pedir ajuda a internet. O material que vc´s dispõe ajuda júnior, pleno, sênior, funcional, gerente….o google está ai! Aprende quem tem vontade de buscar e inspiração para tal! Já usei o esquema de telas turbinadas e usei coisas do SDN, e sempre que preciso vou a busca! Apostilas online, apostilas com colegas, sites em ingles, em portugues do Brasil, em portugues de Portugal, em espanhol…onde tiver algo que preciso vou a busca. Se o cara reclama que o site faz a taxa hora baixar, ele tem que mandar email pro google bloquear no servidor tudo que for relativo a SAP e seus módulos!..E faça como Peter Parker…vai de Bing!

    1. Essa questão de reclamar de coisas no site aconteceu já, e eu posso dizer que fiquei muito surpreso.

      É bizarro pensar que existam pessoas que AINDA pensem assim. Chega até a ser triste.

      Mas não estamos nem aí, na verdade, isso nos motivou a criar posts que divulguem AINDA MAIS o “conhecimento gratuito”. Posts como o de aprender abap de graça nasceram assim 🙂

      Abraços!

  4. O que escreverei não vale só para ABAPers:

    É necessario estudar e evoluir tecnicamente nao pois quem sabe mais ganha mais. Isso nao existe. Salario eh medido por raridade e nao importancia. Estudo é necessário porque assim voce se diferencia, se torna raro no mercado enquanto quem nao estuda pode ser mais facilmente comparado.

    Se conhecimento fosse o criterio para salario professor da USP nao ganhava menos de 10 mil. Se fosse assim doutorando com bolsa FAPESP nao ganhava 5000 reais. O Neymar ganha 1 milhao por mes porque Neymar so tem um e professor tem a cada esquina.

    Entao, pode haver uma desvalorizacao ate mesmo para aqueles que sabem como trabalhar com ABAP, todos os modulos funcionais, Basis, lateral esquerdo, atacante e domador de leoes. Caso todas as outras pessoas facam isso tambem nao adianta pedir um salario alto.

    Ainda, google, SDN e stackoverflow sao ferramentas de trabalho. Caso alguem as use eh porque sabe trabalhar com elas. Quem nao sabe usa-las e nao as usa eh porque nao esta buscando ser raro no mercado.

    Quer saber quanto voce vale? Procure um emprego. “Procure” nao significa “aceite”.

    Excelente discussao por sinal. Abracos!

    1. Matador o seu comentário Fábio. Se existisse um diamante a cada esquina, certamente ele não valeria quase nada.

      E fato: temos que procurar uma vaga, não aceitar qualquer coisa. Se você for raro o suficiente, talvez até briguem por você, e você pode escolher tranquilamente aquilo que achar melhor.

      Novamente, valeu!
      Abraços!

  5. Venho de outra linguagem.
    Quando comecei a trabalhar com ABAP e conheci alguns profissionais, pensei: “CARACA, eu tenho muito que aprender”. Realmente eu tinha muito que aprender, e ainda tenho(principalmente em ABAP). Mas não foi por conhecer essas pessoas, e sim pelo que o mercado pede. Após pegar os mesmo programas desses profissionais, vi que 80% era “papo”, pois até hoje ainda corrijo códigos desse povo que eu achava o máximo.
    Esse papo furado acima é só para deixar claro a minha opinião.
    Tem muita gente aí, que cobra como senior, mas é pleno, ou até mesmo junior.
    Eu mesmo nem sei em que nível estou. Nem como se mede isso.
    Acho que o profissional deve cobrar pelo seu conhecimento, pelo projeto, pelo esforço que ele terá para criar alguma coisa, pois tem “nego” que cobra pensando no lucro que o que ele está fazendo vai trazer pra quem está contratando. E tem uns “organismos” aí que faz tudo quando é tipo de gambiarra e deixa o programa amarrado e engessado, tudo martelado dentro do código. Tudo na força bruta.
    Essa é minha opinião a respeito.
    Abraços galera…

    1. Só uns 2 ou 3 anos depois que eu já trabalhava com ABAP eu comecei a entender o que você comentou dos “80% que eram papo”. Isso acontece com tudo, não só com ABAP: quando não sabemos algo, fica difícil avaliar o quanto cada pessoa sabe das coisas.

      E cara, hoje eu falo que sou “ABAP Sênior” porque essa é a classificação que o mercado me dá, pelo tempo que trabalho com ABAP… mas a grande verdade é que, por conhecimento, eu também não sei me classificar. Aliás: nem quero!

      Abraços!

  6. “Querem saber, o negócio é esconder o jogo mesmo! Vocês aí desses sites de ABAP ficam ensinando essa molecada a programar e é por isso que a minha taxa está caindo. Eu não ensino ninguém o meu ofício, uma vez eu entrei num projeto e o gerente me pediu para orientar um sombra, aí eu disse “eu não sou pago para ensinar, sou pago para programar”. Outro cara que conheço, dá aulas em academia ABAP. Mês sim mês não são 15-20 novos programadores no mercado. Eu fico puto com isso! E fico puto com que vocês fazem em sites como esse!”

    Ok, agora pode baixar as pedras, se é que você já não atirou. O parágrafo acima foi um compilado de coisas que eu já ouvi. Sim, existem pessoas que acham que o conhecimento adquirido garantirá sua taxa. Conhecimento adquirido não garante nada, pois todos conhecem o Google (conhecem, né?).

    Conhecimento é importante sim, mas depois que ele vira commodity quem o detém está sujeito a ter sua rica taxa/hora diminuída. Concordo com Fábio. O Neymar tem uma habilidade que poucos tem, por isso ele pode cobrar o que cobra.

    Por isso que a busca por conhecimento e habilidades deve ser incessante, e deve-se investir nisso. Muito! O cara diz que um livro da SAP Press é caro, mas gasta o mesmo numa balada. Muitos me pedem indicação de livros de ABAP em PT, eu digo, aprenda inglês e compre os livros da SAP Press. Fazem cara feia e preferem estudar o pirata do ABAP em 21 Dias, mesmo desatualizado!

    O investimento em educação não necessariamente deve ser monetário, mas em tempo. Aposto que se o Maurício gastasse seu tempo só vendo televisão, nem um quarto do ABAP Zombie estaria publicado. Digo por experiência própria.

    Mas não é só isso. Tem uma música que diz assim: “it’s always more fun to share with every one”. Quando você compartilha conhecimento, mais conhecimento chega até você. Veja o exemplo de um SAP Mentor. Qual é o barato de ser um Mentor? Status? Para mim é a oportunidade de acesso a informações que não é aberto a todos.

    Então quando você deve começar a aprender OO, HANA, Mobile, Eclipse for ABAP? Quando o mercado precisar? Não. Tem que ser AGORA! Posso te garantir que a Carminha não vai te levar a lugar nenhum, mas o SCN sim.

    Então repito as palavras de meu pai, “pare de ter dó de você mesmo. Estude, estude, estude!”.

    [Maurício, comentário ficou tão grande quase publiquei como post no ABAP101]

    1. Só complementando o post do Flávio Furlan.
      Muitos programadores só se preocupam em aprender a linguagem e olha lá.
      Tecnologia envolve muita coisa.
      Aprender um pouco de SQL. Analisar uma tabela e suas chaves, usar JOIN, view, etc…
      Conhecer outros sistemas operacionais. Copiar, mover, dar permissões e instalar arquivos em Linux por exemplo.
      Você pode não usar isso nunca na vida, mas vale o conhecimento.

      Abraços…

    2. Esse negócio do livro é a mais pura verdade. E nem precisa ser numa balada: 2 dias almoçando no CENESP aqui em SP já dá um livro da SAP Press 😛

      E realmente: ter um site dá muito trabalho! Mas sinto que o abapzombie foi um divisor de águas na minha vida: tive contato com muitas tecnologias diferentes, e pessoas com as mais diversas skills, o que alimentou ainda mais a minha fome por conhecimento! Saber mais, conhecer mais, descobrir novas formas de fazer as coisas… Tudo isso é o que move meus estudos, meu emprego e a minha vontade de compartilhar conhecimento.

      E se você fizer um post sobre isso, será um efeito em cascata: “lista abap -> abapzombie -> abap101 -> ao infinito e além”.

      Abraços e valeu pelo comentário!

    3. Tem que ir com calma um pouco. Conhecimento é sempre bom mas falando de mercado tem que adquirir conhecimento aplicando-o. Ninguém estava sentado em uma sala, vendo TV e de repente parou e pensou “vou aprender ABAP”. O mercado necessitava de um profissional assim e por algum meio entrou neste mercado. Não vi nenhum projeto Brasil com HANA, só soube o que era pq recebi o anúncio de uma vaga em NY e fui ver o que era e pra que serve. Se aprender algo e não aplicar é perda de tempo. É a mesma coisa que aprender a cozinhar e só comer fora. Se sabe que a ferramenta será em breve aplicada sim, comece a se preparar e a buscar vagas para tal fora isso invista no que é demanda hoje.

      1. Concordo que para você poder oferecer um serviço em algum tipo de tecnologia, você tem que ter experiência de uso na tal tecnologia. Mas não dá para generalizar e dizer que “aprender algo e não aplicar é perda de tempo”.

        Se você aprender a cozinhar mas só sai para comer fora, você vai saber analisar melhor aquilo que lhe é servido. Sempre acabamos conseguimos aplicar as coisas que “aprendemos por aprender”.

        Abraços! 🙂

  7. Tava quase esquecendo de comentar aqui. Não posso deixar um “assunto da depressão” passar batido 😀

    Eu acho que quando se discute esse tipo de questão é sempre válido comparar o mercado ABAP com o mercado de outras linguagens. Fora do círculo ABAP, eu tenho amigos devs que trabalham com toda sorte de linguagens, seja PHP, Ruby, .NET, Java, COBOL, e todos eles contam as mesmas histórias com essas situações de gente que se diz entendida em mil componentes, aspectos, frameworks, práticas, mas quando chegam junto do código mostram que não sabem nada.

    Isso é um problema que na verdade existe em qualquer profissão, mas numa área técnica fica mais evidente, porque se a pessoa não sabe o que está fazendo não tem “jeitinho” que resolva; o trabalho logo mostra alguma deficiência, e isso acaba aparecendo pra quem trabalha com ela.

    Não tem “jeitinho”, mas dá pra resolver. Antes de contratar, a empresa pode fazer uma entrevista técnica detalhada segundo a demanda, e para os já contratados é possível investir em treinamento, aplicar uma metodologia de desenvolvimento diferente, ou até em último caso tirar a pessoa do projeto ou até demitir os enganadores.

    Ao meu ver, o grande erro das empresas e consultorias é que todos esses métodos parecem ser ignorados, e aí se dá mais valor pra experiência do que pra competência técnica. Junte isso a uma linguagem/plataforma que ficou quase 20 anos sem orientação a objeto, e aí você tem “dinossauros” supervalorizados e júniors saindo de “academias seletivas” sem saber o que é uma classe. Ah, só lembrando, com o COBOL a coisa é bem parecida, senão pior.

    Porém, a tecnologia não funciona desse jeito. Quando a linguagem fica mais disponível e fácil de aprender com a ajuda da internet, as empresas se tocam que qualquer um pode chegar numa entrevista dizendo que tem experiência, sendo que leu um resumão num blog um dia antes. Aí entra a importância de testar ou melhorar a competência técnica dos desenvolvedores. E junto com isso, o mercado começa a nivelar as coisas por baixo, porque muda o padrão de comparação. O mercado fica mais aberto e mais competitivo.

    E se o negócio é reclamar de salários, é só dar uma pesquisada pra perceber que ABAP ainda é uma das linguagens mais bem pagas. Dêem uma olhada na pesquisa salarial de 2012 da APInfo, por exemplo, pra ver o que eu estou falando. É bem o que o Maurício disse mesmo, é reclamar de barriga cheia.

    []s

    1. Entrevista é um negócio enrolado demais.. eu já ví de tudo: desde recrutadores não técnicos contratando desenvolvedores bons até recrutadores extremamente técnicos contratando desenvolvedores ruins. Criar um processo maduro de contratação é bem mais difícil do que parece.

      Porém, na grande maioria dos lugares a entrevista técnica nem existe. Existe uma entrevista “técnica”, que não passa do entrevistado contrando o que ele fez ao longo da sua vida como programador. Isso, quase sempre, não é suficiente.

      Outro ponto importante: as consultorias talvez estejam sacando que nem todo mundo sabe o que diz que sabe. É tanta gente decepcionante, que faz sentido baixar a taxa ao máximo, afinal, se o contratado não vingar, pelo menos a consultoria não gastou muito.

      E eu já vi gente sair de academia sem saber nem o que era um “Request”, quanto mais uma classe 😀

      Valeu pelo comentário, abraços!

  8. Olá pessoal! Muito boa a discussão, eu não poderia passar aqui e não deixar uma opnião sobre o assunto. Sou ABAP a quase 4 anos, analista de sistemas a quase 10. Lembro que na época em que saí da facultade aprendi outras linguagens Web, trabalhei com elas por uns 3 anos e no final destes 3 anos, quando já era um programador senior, tive uma grande decepção, o mercado estava prostituído e minha mão de obra não valia quase nada. Não quiz dizer “saturado”, o problema era que os profissionais do ramo não eram unidos. Pensei comigo: “Poxa, ralei um monte e agora meu futuro e incerto. Em cada esquita tem alguém fazendo o que faço e cobrando nada.” Ou seja, ACABARAM COM O MERCADO. Hoje vejo, não o ABAP apenas, mas o SAP, não é uma tecnologia que se ensina em faculdade, é um mercado diferenciado. Ninguém paga barato para entrar no mundo SAP. Paguei caro pela academia e depois me sujeitei a um baixo salário em uma grande consultoria para obter expeciência. Pois consultoria alguma é boazinha com ninguém, são empresários querendo fazer dinheiro. Júnior algum já entra ganhando taxa alta. Eu sofri, minha familia sofreu, e principalmente minha conta bancária, ela não estava vermelha, tinha lava correndo nela…
    Minha humilde opnião SENHORAS e SENHORES:
    – Senior: se quiserem ensinar os mais novos ou não, cada um tem sua escolha mas, lembre-se, um dia você vai querer tirar férias! E outra, disseminar o ódio não é bom pois ele sempre volta pra vc…
    – Juniores: Tem que estudar, fazer a coisa certa, não adianta realmente se acomodar, aprender nunca é demais!
    – Para todos: não importa a situação que você esteja passando, nem se for o fim do mundo (crises econômicas e tudo mais), não aceite qualquer oferta! Puxe sua taxa pra cima sempre pois, do outro lado, estão puxando para baixo, tenha certeza disso!
    Se você gosta do que faz e quer fazê-lo por muito tempo, cuide disso.
    O inimigo não é o seu par, o seu colega ao lado, o universo de projetos de software é muito maior que o próprio ABAP! Se você for um bom profissional, sempre terá “emprego” pois o “trabalho” sempre existerá. Software é o que move o mundo hoje. Existe uma balança que nós devemos controlar se quisermos sobreviver.
    Um grande abraço a todos.

    1. Broullon, obrigado por comentar! 🙂

      Interessante a sua história, do meu ponto de vista, uma história de superação.

      Ela serve ainda mais para reforçar o meu ponto: ao invés de reclamar, temos que ir atrás, aprender coisas novas, torna-se “raros”. Se você tivesse ficado estacionado quando teve o problema com as linguages Web, talvez hoje fizesse parte do “time dos reclamões da web”, ao invés de ir atrás e conseguir aprender outra tecnologia.

      E cara.. o mercado de TI é completamente dinâmico, não dá para ficar preso a uma só tecnologia. É por isso que tanta gente acaba indo para o lado da gerência: pela doce ilusão de que não vão ter que estar atualizados para exercer sua função.

      E eu gostei da frase de que “o inimigo não é o seu par”. É bem isso mesmo.

      Abraços!

      1. Sobre “ir para o lado da gerência”, a pessoa estuda 4 ou 5 anos na faculdade de tecnologia/engenharia para depois trabalhar com gestão? No mínimo estranho… Acredito que o que deve ser compreendido é que cada um tem o seu valor e deve ser valorizado.

        1. Essa história de ir gerenciar com 4 ou 5 anos de trabalho é uma velha discussão que tive por diversas vezes em uma das empresas em que já trabalhei. Muitas pessoas não concordavam com essa história de virar gerente em poucos anos.

          Lendo o seu comentário, comecei a refletir sobre uma situação engraçada: a pessoal estuda 4 anos para se formar em Ciências/Engenharia da Computação (ou similares sem foco primário em administração), aprende 1 milhão de coisas técnicas, gasta milhares de reais, e depois de 4 anos, joga “praticamente” tudo no lixo para seguir uma carreira gerencial, focada primariamente em técnicas administrativas.

          Não estaria a pessoa cometendo um auto-boicote? 😛 Claro que o background em TI vai ajudar a administrar projetos de TI, mas eu já vi gerentes formados em administração gerenciarem MUITO melhor do que gerentes formados em TI…

  9. Penso que o valor/hora de um ABAP é composto de vários fatores, são eles: tempo de experiência, conhecimento técnico (aprender nunca é demais), projeto/consultoria, networking, saber fazer uma boa entrevista, falar outros idiomas (principalmente inglês), ter participado de grandes projetos, oferta/procura do mercado.

    Na boa? Se não tiver contente com o que ganha como ABAP, vai ser Funcional de algum módulo SAP…

  10. Supimpa, concordo com todos vocês.
    Só ressaltando os pontos ( batendo em cachorro morto)
    * Profissionais preguiçosos ( tanto juniors, quanto seniors)
    * Empresas não valorizam profissional algum, eles é que tem que se valorizar.
    Tive um ínicio dificil no SAP, estágio maroto em uma empresa ‘GRANDE’. Estudei muito, ganhei academia da própria SAP, estudei mais ainda, aprendi bastante com o Furlan e Wagnão, certifiquei e……bom estou aqui me achando defasado. Pode paracer muito uma academia….mas é só um tiquinho do começo HAhhahHHA
    A empresa valorizou algo? Não…. Recebi promoções? Não….Vou chorar? Não….
    A cada dia busco mais meu espaço, sempre tento me manter informado, se acabou espaço aqui mudo de lugar. Infelizmente, gerentes e empresas não vão reconhecer bons profissonais,é tudo negocio, buscam o mais rentavel, se voce tem uma curva de aprendizado mais acentuada vão continuar te pagando a mesma coisa até voce sair….Busque entao novos desafios para continuar crescendo. Pichar o mercado nao é o melhor a fazer. Observe as deficiencias dele, tente melhorar e espere pacientemente por uma boa oportunidade. São tão raras quanto unicornios, mas existem.

    1. Só para complementar: assim como as oportunidades ótimas são raras, ótimos profissionais também são raros. Quem já ajudou em algum processo seletivo sabe do que eu estou falando 🙂

      Obrigado pelo comentário!

    1. Haha, essa vaga é um troll disfarçado, certeza 🙂

      A ironia é que, se essa vaga fosse real, quando a coisa estivesse “feia”, a empresa iria acabar cortando esse monte de requisitos gigantesco e contratando alguém com a skill específica que eles precisassem.

      Eles pedem o Hulk, mas acabam ficando com o Iron Man sem armadura 😛

      Abraços!

  11. “Se a área de TI pode, por que Medicina não?

    Queremos um médico com conhecimentos em: Dermatologia, Anatomia patológica, Cardiologia, Geriatria, Neurologia, Oftamologia, Hepatologia, Otorrinolaringologia, Proctologia, Pediatria, Psiquiatria, Cancerologia e INGLÊS FLUENTE!”

  12. Fala pessoal,

    Interessante que fora do Brasil, o ABAP é tão valorizado quanto o funcional.
    E, acreditem, o ABAP que sabe SMARTFORMS é mais valorizado ainda, visto que utilizam bastante Adobe Forms.

    Na Europa, eles utilizam 80% do SAP standard, aqui nós fazemos o processo ao contrário, adequamos o SAP aos processos da empresa, não os processos da empresa ao SAP.

    Lei da oferta e demanda.

    A desvalorização se dá em torno disso, tem muita gente querendo ser ABAP no Brasil, fazem academias e entram no mercado com taxas muito baixas, e depois se acomodam com uma taxa razoável. E as consultorias adoram! Aquela máxima de pegar o consultor Júnior e vender como Sênior.

    Mas o que acontece com os que já estavam no mercado, começam a sentir dificuldades em cobrar taxas altas, pois tem alguém que faz com uma taxa muito menor.

    Mas e os funcionais? Por que não cai da mesma forma?
    Caem, mas a procura por desenvolvedores é maior.

    E uma tendência grande de utilizar offshore da ÍNDIA.
    Enviar desenvolvimento pra lá é muito mais vantajoso financeiramente.

    O que salvam nossos funcionais aqui, são as tributações específicas do Brasil. Em especial SD e MM, senão certamente enviariam projetos de implementação SAP pra fora.

    O Brasil tem o cenário fiscal mais complexo do mundo!
    Ninguém no mundo irá substituir o funcional brasileiro, já a parte de desenvolvimento, um programador pode.

    Logo um ABAP que conhece NFe já é diferenciado, ou conhece localização Brasil, fala inglês, também se diferencia.

    Mas se conhece mais que ABAP, já não deveria cobrar como um simples desenvolvedor.
    Começamos a ganhar por nossa raridade.

    1. “Interessante que fora do Brasil, o ABAP é tão valorizado quanto o funcional.”

      Nao eh bem assim, pelo menos no mercado Asia/Pacifico. A diferenca com certeza eh menor, mas dizer que eh tao valorizado quanto eh exagero da sua parte. Mesmo na Europa, apesar de eu nunca ter trabalhado por la, sei que a diferenca existe.

      Claro que um ABAP fodao pode ganhar mais que muito funcional meia boca, mas isso tb acontece no Brasil.

      1. Interessante a sua visão, legal saber que a coisa não é TÃO diferente quando algumas pessoas pintam por aqui.

        É um fato que diversos países do exterior tem uma infinidade de coisas melhores do que as coisas que temos aqui no Brasil. Mas, para certos casos, a coisa não é tão maravilhosa quanto algumas pessoas “pintam”, não..

  13. Na moral.. Tô apaixonada por essa página *-* kkkk
    bom demais esses artigos rapaz!

    a ABAP noob aqui vai sugar tudo oq puder, kk
    parabéns e vê se não pare heim 😛

  14. Olha pessoal, é lindo e inspirador chegar aqui no blog e falar: “estudem, se diferencie, seja raro, etc”…
    Eu também acredito nisso e me tornei ABAP workflow e Webdynpro estudando sozinho…
    Hoje trabalho como consultor funcional, tendo feito uma academia interna na consultoria de alguns dias, e enfiando a cara nos livros…
    Tudo isso é legal…
    Agora, o que fez a taxa do abap cair tanto??
    eu penso o seguinte. Nosso mercado SAP é muito fechado, onde 90% dos consultores vivem de indicações, de amigos que estão em outras consultorias, ou que já passaram por outras consultorias, etc…
    Aqueles que estão buscando uma oportunidade, são vítimas desse mercado restrito, o que os força a pedir taxas mais baixas para poder ingressar no mercado, e isso, dentre outras coisas, tem puxado as taxas para baixo…
    Outra coisa… Uma certa vez fui fazer uma entrevista em uma consultoria, para uma vaga de ABAP…
    Aí vem a pergunta…
    Pessoal, o que é um pleno???
    o que é um senior???
    A consultoria queria pagar taxa de pleno, mas pedia qualificações de um consultor com muita experiência, pois além de programar, o consultor ainda “cuidaria” de mais 2 junior’s…
    entao eu perguntei para o entrevistador, um consultor técnico…
    Mas qual a diferença entre um pleno e um senior pra você??
    É claro que ele sabe a diferença, pois as consultorias estão cansadas de entrevistar profissionais. Mas mesmo assim, ele não me disse, desconversou e continuou com a oferta dele…
    Não aceitei, pois pelo meu perfil e o perfil da vaga, eu estava ciente de que deveria ser melhor remunerado.
    Agora, quem pode me garantir, que não chegou nenhum outro ABAP, com um nível parecido com o meu, e aceitou aquela taxa de pleno??
    Então gente, a taxa é estimada pelo mercado, pelo valor que os próprios consultores estão pedindo, e esse é vilão do mercado ABAP, pois qualquer um que sai da faculdade, sai sabendo programar, e abap é uma linguagem simples, de alto nível…
    O lado funcional é mais complicado, porque você tem 2 opções. Ou você mete a cara nos livros e aprende processos específicos, ou você já trabalhou muito tempo com processos específicos dos módulos, e apenas “pula” para o SAP.
    E acreditem, é muito mais difícil encontrar funcional bom, do que abap bom, mas mesmo assim eles continuam ganhando muito mais que os ABAPs.
    No geral, os melhores funcionais são os que vieram do ABAP, e você só entende o quanto o ABAP é importante, quando você se depara com uma “bucha” no sistema, debuga, e resolve sozinho, sem ter que acionar um abap para isso…
    Então ABAPers, e eu me incluo aí também, vamos nos valorizar. Nós somos desenvolvedores de um sistema único, o maior ERP do mundo, o mais utilizado, etc, etc…
    Não somos programadores de DELPHI, PASCAL, não desmerecendo, mas que são muito mais simples perto da complexidade do SAP.

    1. Tem tanta coisa pra eu discordar no seu post (o que eh otimo pois discordar eh meu esporte preferido) que nao sei nem por onde comecar.

      Vou comecar concordando 🙂 : sim, eh o mercado que dita as taxas e nos fazemos parte do mercado. Se aceitamos a taxa mais baixa (taxa de PL para perfil exigido de SR), vai cair mais. Simples. Sim, ninguem te garante que outro cara nao aceitou no seu lugar. Eh um jogo de espera. O projeto pode esperar ate encontrar um cara que se disponha a isso? Um cnsultor pode esperar ate arrumar um projeto que pague “o seu real valor” antes de pegar um que pague menos? Ai pergunto eu: Isso nao acontece com funcional tb? Tenho certeza que sim.

      Quanto a sair da faculdade sabendo programar… Bem, eu sai da faculdade sabendo programar, mas nao gracas a faculdade. Eu fiz 2 anos de faculdade, tranquei por 2 anos, comecei com ABAP, voltei pra faculdade e acabei sabendo programar… ABAP. Estudei VB, C, Java e Delphi na facul, nao aprendi nenhuma (ok, um pouquinho de VB). E conheco varias pessoas que sairam da faculdade sabendo programar e tiveram muuuita dificuldade em aprender ABAP.

      Sobre o lado funcional ser mais complicado, discordo totalmente. O funcional se limita aqueles modulos/processos que atua. Por mais complexos que sejam os processos, ainda sim ha um limite de escopo. Pro desenvolvedor, nao existe limite, tem que pular de galho em galho e dar as caras no que vier. Como isso pode ser mais simples que ser funcional?!?!?

      Vou concordar de novo onde voce diz que eh mais facil achar ABAP bom que funcional bom. Mas ja discordo onde voce diz que os melhores funcionais sao os que vieram de ABAP. Nao vejo absolutamente nenhuma relacao entre uma coisa e outra. Inclusive, nao sao raros os casos que o funcional vem falar merda com o “argumento” que “ja fui programador”. Se foi e nao eh mais, tem um motivo, provavelmente porque nao era bom suficiente, entao deixa eu fazer meu trabalho e faca o seu. Nunca vi um ABAPer que ja foi funcional (existem, poucos, mas existem) dizer “configure assim ou assado, ja foi consultor SD”.

      Enfim, a tal da desvalorizacao do ABAPer, se eh que existe (estou fora do Brasil ha muito tempo pra saber de verdade), eh na verdade desvalorizacao do profissional SAP, ou ainda do profissional de IT em geral.

      1. Não digo que os melhores funcionais são os que já foram ABAPers, mas não dá para negar que funcionais que já foram programadores vão conseguir entender melhor a parte técnica. Mas isso por si só não dá garantia nenhuma de que ele vai ser um bom funcional, longe disso.

        Vejo também que muitos consultores ainda são um pouco ingênuos (ou não querem aceitar a verdade). O mercado de TI é extremamente competitivo, o número de consultorias hoje em dia é extremamente superior ao número de consultorias de 10 anos atrás. A margem de lucro de um consultoria é bem menor hoje em dia, e os clientes também não estão dispostos a pagar muito caro. Do mesmo jeito que um consultoria vai escolher pagar menos para o consultor, um cliente também vai escolher a consultoria que cobre menos.

        Aposto que se todo mundo que reclama virasse dono de consultoria, também iriam querer em sua maioria os profissionais bons e que cobram menos.

        Portanto, essa história de “a taxa cair tanto” é pura balela. Se a sua taxa está baixa, é porque você talvez tenha feito escolhas ruins, ou talvez não tenha um nível adequado para pedir um valor maior. Deal with it.

        Abraços!

    2. Olá “ABAPer”. Obrigado por comentar!

      A sua mensagem sumariza muito do que a maioria das pessoas acham sobre essa tal desvalorização. É mais do que óbvio que as consultorias vão pagar menos se a maioria de um grupo de ABAPers começar a aceitar taxas menores. A questão toda deste post é uma só: você quer MESMO fazer parte desse tal grupo?

      Não é só “lindo e inspirador” falar que estudar dá retorno aqui no site. Isso é algo que dá sim retorno monetário. Deu certo pra mim, deu certo para a equipe do site, sei que deu extremamente certo para outros que comentaram aqui, e, pelo que você mesmo disse, também deu certo para você.

      A regulamentação e criação da tal “classe de TI” pode trazer pequenos benefícios momentâneos, mas, a longo prazo, todos vão sofrer. O Broullon comentou sobre os metalúrgicos que se uniram um dia… como metalúrgico que fui por 6 anos, posso falar de boca cheia que, hoje em dia, os sindicatos tratam trabalhadores em um regime praticamente totálitário. Os benefícios aos trabalhadores são usados moeda de troca: melhorias e reformas medíocres para a massa metalúrgica, e benefícios infames para o grupo sindicalista. No passado, certas classes trabalhistas tiveram que lutar e criar reformas por motivos muito mais factíveis do que os motivos pela qual a classe de TI supostamente tem de lutar. Com o tempo, essas organizações foram corrompidas pelo poder, e hoje os trabalhores ficam de mãos atadas. É um cenário muito triste.

      Vejo muita gente falar dessa tal união da classe, mas poucos param para pensar nela. Exatamente como vejo muita gente reclamar da desvalorização ABAP, sem realmente pensar sobre isso, e foi por este motivo que criei este post. O que mais me deixa irritado é a cara de pau de alguns consultores que vivem reclamando como se fosse um mecânismo de auto-defesa, para não vazar o medo que têm de serem passados para trás. A mensagem desse site inteiro é a de que você deve aprender e melhorar para não ter que virar um reclamão, e poder andar com as próprias pernas. Deixar para trás a síndrome do robô e pensar no seu meio e em tudo que o ronda.

      Grande abraço!

  15. Parabéns pelas sábias palavras. É isso mesmo, temos que nos valorizar. Não aceitar qualquer oferta no mercado. É um mercado restrito mesmo, os preços das academias são altos e no final, não é com uma academia que você vai aprender todo o necessário para trabalhar no dia-a-dia de uma consultoria. Tem muito ABAP estudando para virar funcional, tem funcional estudando ABAP, isso é normal, são áreas próximas! Mas não é todo contador, gestor de HR, ou pessoa da área de negócios que vai querer programar no seu dia-a-dia. Assim como a pessoa da área técnica que quer migrar para a de negócios… (reuniões, reuniões, reuniões…rsss). São áreas próximas mas, são distintas e cada um com sua função e o mundo continua girando.
    A questão da desvalorização, quais argumentos são usados para essa “desvalorização”? “A área de negócios sofre mais pressão por ter contato com o cliente! É mais visada e fica na linha de frente!”. Como já ouvi. Cara, pergunta para qq analisa (abap) senior e o cara tem uma vida tranquila? A gente tb resolve bucha, sofre com stress, tem muita pressão para fazer os sistemas funcionarem com o cliente quer! Se não funcionar, se der NO GO, o cliente vai saber quem você é…rsss
    Concluindo na minha visão, todo cargo tem sua importância. Dentro do universo do projeto de desenvolvimento de software somos todos iguais. (Menos o gerente, esse é de outro planeta.) A partir do momento que entendermos isso e nos valorizarmos como “classe” (como os metalúrgicos fizeram um dia) não haverá “desvalorização”.
    Abraço a todos!

  16. É Mauricio. Tem muito ‘profissa ruim de jogo’… Ou se vende sem saber trabalhar, ou trabalha sem saber se vender!
    E quem trabalha com orçamento ‘enxuto’ vai mesmo tentar pechinchar na hora de contratar o tal ‘profissa’.
    Muitas consultorias se preocupam mesmo é com o ‘valor hora’ do profissional. Por outro lado há muitos caras bons mesmo que não sabem trabalhar o psicológico na hora de negociar o valor hora. É incrível esse mecanismo!
    BOM, O MEU VALOR HORA ESTÁ BOM! 🙂
    []’s.

  17. porém Maurício, é covardia a gente pagar pela nossa formação e depois compartilhar este mercado com profissionais que não sabem vender o seu peixe. Muitos se deixam mesmo é levar pelo recrutador… ou ficam desesperados pela iminência de ficar sem contrato por dois ou três meses… ( cara: eu faço poupança e faço FREELA se for preciso, pra não me submeter à uma desvalorização da minha mão de obra! Estou me mantendo no mesmo patamar!)

  18. Como vocês mensuram o valor/hora ?
    O que vocês levam em consideração: Experiência, treinamento, estudo, trabalhos realizados…

    Abraços…

  19. Haroldo.
    Existe um parâmetro no mercado – nós consultores temos a noção do valor hora para cada tipo de especialista SAP. Existe a graduação do profissional (Junior, Pleno e Sênior) e a bagagem de cada profissional. Mas, principalmente, aliados a este conhecimentos, as certificações dão uma noção de concretização deste conhecimento.

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